Sãtya-siddhi-shãstra
Capítulo 148- a refutação da audição.
O proponente do ponto de vista do nada afirma: cada palavra é completamente nula. Por que razão? Da mesma forma com que a mente se extingue a cada instante de consciência, o som também se extingue a cada instante. É como pronunciar a palavra Purusha: esta palavra não pode ser ouvida. Por que razão? No momento em que ouve pu a consciência não ouve ru, no momento em que ela ouve ru, ela não ouve sha. Uma única consciência não possui a capacidade de captar a estes três sons. Em função disto, a consciência não é capaz de captar uma palavra. Em função disto, podemos saber que um som não pode ser ouvido. Ou ainda, uma mente dispersa pode ouvir um som, uma mente absorta em meditação não pode ouvir. O conhecimento derivado de uma mente em meditação é verdadeiro, em função disto o som não pode ser ouvido. Ou ainda, não importa se um som pode ou não ser captado, ele não pode ser ouvido. Como ele não pode ser ouvido, não existe audição. Ou ainda existe quem afirme que o ouvido possui uma natureza vazia. Assim sendo, não existe ouvido, não existindo ouvido não existe audição. Ou ainda, não existem causas e condições na audição. Em função disto, não existe a audição. Existe apenas a correlação entre os elementos, e esta relação é incognoscível. Por que razão? Se a natureza dos dharmas for distinta, como poderá se estabelecer sua correlação? Se ela se situar em um local, este local também estará sujeito á extinção instantânea. Assim sendo, a correlação é incognoscível.
Traduzido por: Prof. Dor. Joaquim Monteiro
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